Friday, April 17, 2009

Pimenta no dos outros

Como alguns de meus mais queridos colegas sabem, há duas áreas do conhecimento-geral-inútil da humanidade que muito me apetecem: culinária e jardinagem. A primeira foi uma aptidão que descobri depois de velho-burro - percebi que adorava cozinhar para os outros, chamar os amigos para uma reunião em casa, e receber os louros de um jantar excelente. A segunda é paixão desde a infância, sempre gostei de lidar com plantas, terra, ficar com as unhas pretas.

Essa é uma história da união desses dois hobbies, e como tudo deu errado e foi extremamente doloroso.

Tudo começou com uma bandeija de pimentas ardidas, frescas. Aqueles lindos frutos vermelhos, alongados, contendo o fogo de uma mulher feia e bêbada lá pelas 3:00 da manhã, reluzentes. Comprei um bandeija dessas com a intenção de pôr em prática meus dois hobbies: iria fazer picles de pimenta (ideal para acompanhar uma Original bem gelada) e, com as sementes dos frutos, iniciar meu tão sonhado cultivo de pimentas orgânicas em casa.

Depois de seguir todo o procedimento: lavar as pimentas, abrir, tirar as sementes, escaldar na água, vinagre, açúcar e sal, passar pro gelo, colocar no pote esterilizado, colocar o restante do líquido, tampar - estava pronta. Passei a cuidar das sementes: lavar, escorrer, secar. Tudo estava dando certo, yes!

Depois de quase uma hora em pé na cozinha é natural que o ser-humano adulto médio tenha necessidades fisiológicas a atender. O chamado o trato urinário era inconfundível. Fui até o banheiro e, num singelo ato de esquecimento e estupidez, comecei a manusear o instrumento que tanto me auxilia em diversos aspectos da vida (a maioria deles alegres, durando algumas dezenas de minutos quando tenho sorte). SEM LAVAR AS MÃOS, companheiros.

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHH

Doeria menos se tivesse jogado querosene na virilha e ateado fogo com uma tocha olímpica. Depois de lavar 8 vezes com sabão e apaziguar a ardência com gelo (isso, meninos, gelo direto no meninote), a dor passou de "morte crônica contínua" para "até que eu suporto esses 3 milhões de formigas picando meu pau".

Nota mental: Pimenta no olho dos outros é refresco. Pimenta no pau dos outros arde pra caralho. Literalmente.

3 comments:

  1. Primeiro ponto -
    Cara você escreve muito bem ! sério !

    Segundo ponto -
    No final do texto acabou deixando o formalismo dos primeiros parágrafos e foi escrachando... pena

    Terceiro e último -
    bem, afinal ,... muito engraçado !!!!

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  2. Opinião de Anonymous não conta.
    Tá figura essa poha, Gabe! Parabéns!!!

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  3. Tô aqui me esforçando pra não imaginar a cena...

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